O que é? Para que serve?


A idéia desse blog surgiu quando voltei da viagem ao deserto do Atacama, em Janeiro de 2011. Desde o fim de 2009 fiz postagens no cdfmoto.blogspot.com, criado e utilizado pela Ju e Toni. Como as nossas postagens começaram a ficar 'embaralhadas', optei por compilar os meus também para cá e, quem sabe começar a acrescentar algo mais...

Para que serve? Além de ser um depósito para os meus escritos, a intenção é que sirva para mais alguém curtir e até como fonte de informação para quem for viajar por esses caminhos. De moto ou não.

domingo, 16 de agosto de 2015

Na estrada de Honda Lead 110 cc

Apesar de continuar fazendo viagens de moto (não tantas quanto gostaria), faz tempo que não publico nada aqui. Como não tenho feito nada de 'diferente', não havia muita novidade para escrever. Mesmo assim muita gente tem curtido o viajando de moto no Facebook. Obrigado pessoal!!!
Já fiz muitas viagens de motos pequenas. CG 125, Bros 150, etc. Até de Biz 100 e Burgman 125 já fiz pequenas incursões em rodovias. Ocasionalmente vou para Jaboticabal a trabalho e, como tinha a oportunidade, dessa vez resolvi ir de Honda Lead 110 cc.


Certamente estava inspirado pelo Thiago Muzika, que está fazendo uma viagem de CG 125, saindo de São Paulo até Las Vegas, onde mora. O detalhe é que ele está fazendo isso pelo caminho mais longo, passando por Ushuaia e Prudhoe Bay, no Alaska. A Lead é a moto que uso para meus deslocamentos na cidade, mas ainda não havia saído para rodovias com ela. Ela tem um limitador de velocidade que, com aproximadamente 85 km/h, corta a injeção. Essa era a minha maior preocupação. Imaginava que seria muito pressionado pelos caminhões nas descidas. No entanto, isso não aconteceu nenhuma vez. Toda vez que via pelo retrovisor algum veículo encostava bem à direita da pista, ou saia para o acostamento quando possível, facilitando a ultrapassagem. Apesar de ficar o tempo todo de olho no retrovisor, várias vezes fui surpreendido por automóveis que apareciam de repente e me ultrapassavam.

Outra surpresa foi o consumo. Na cidade ela faz mais de 35 km/L, mas como não podia prever a autonomia levei junto um galão de gasolina para alguma emergência. A primeira média mal passou dos 25 km/L, mas foi 'melhorando' durante a viagem e terminou com mais de 30 km/L. A Lead também está equipada com um para-brisa Givi.



Outra surpresa foi, quando fui pegar a moto no estacionamento do hotel em Jaboticabal, ver o pneu traseiro vazio e com dois furos, atravessado por uma broca. Por sorte havia uma borracharia perto e o Charles Santos fez um ótimo trabalho usando o 'macarrão' (plug), o que me permitiu chegar em casa sem precisar desmontar a roda traseira. Nessa moto isso dá um trabalhão... tem que retirar até o escape...



Na estrada ficava praticamente o tempo todo com o 'cabo enrolado', deixando o limitador cortar a injeção nas descidas, tentando manter uns 80 km/h no plano e durante a ida nas subidas a velocidade caia para 60/65 km/h. Já na volta conseguia subir com um pouco mais de velocidade, uns 70 km/h. Creio que por ser pouco rodada (saí daqui com menos de 3.000 km), acabou 'se soltando' conforme foi rodando. Também deve ter sido esse o motivo da melhoria do consumo.



É possível viajar de Honda Lead? Sim, sem dúvida! Foram 860 km de uma experiência bem interessante, enfim. Mas não há necessidade de repeti-la...



domingo, 18 de janeiro de 2015

Bate-e-volta até San Pedro de Atacama, Outubro de 2014

A proposta inicial da viagem passada (Ushuaia) era também para ter sido com a companhia dos irmãos Ralisch (Alfredo, Eduardo e Ricardo). Como não deu certo propus uma nova tentativa, agregando mais alguns amigos (Pasquim, Plínio, Limão, Tatu, etc.). Dificilmente consegue-se compatibilizar as agendas, aos poucos as desistências foram acontecendo e sobramos eu e o Plínio, que também é meu vizinho. Como tínhamos pouco tempo, seria um bate-e-volta mesmo, principalmente porque o objetivo maior era andar de moto.

1o dia - Londrina/Posadas(AR), 815 km


Saímos de Londrina dia 24/10, uma 6a-feira, lá pelas sete da manhã. Era para ter sido mais cedo, mas o Plínio (que estava sem conseguir dormir nas noites anteriores devido à ansiedade), resolveu perder a hora justo nesse dia... O alucinado vestiu a roupa de moto, com todos os forros térmicos, e por baixo outra calça e camiseta. Não é preciso dizer que cozinhou-se antes de chegarmos a Foz do Iguaçu.


Fomos, eu de BMW G650GS e ele de YAMAHA TENERÉ 660, até Foz do Iguaçu, atravessamos a fronteira com a Argentina, com a demora habitual e sol quente na cabeça.


Tocamos mais uns 300 km e dormimos em Posadas, no hotel Maitei Posadas Resort (www.hotelmaiteiposadas.com), muito bom, barato (uns 120 reais, quarto para duas pessoas) e estrategicamente localizado ao lado do aeroporto, que fica na saída para Corrientes. Ou seja, não é necessário entrar na cidade.


Não tinha bife de chorizo no restaurante, mas sim um ojo de bife muito bom! E, claro, uma Quilmes Cristal! Começamos bem.



2o dia - Posadas/Joaquín V. Gonzales, 930 km, 1.745 desde Londrina


Saímos com o espírito preparado para enfrentar o calor do Chaco Argentino, calor que já havia mostrado as suas garras na véspera. Não deu outra, logo cedo a coisa pegou.


Passamos com todo cuidado por Corrientes (onde a polícia adora 'morder' os motociclistas brasileiros), circulando pela coletora (marginal) ao invés da pista central e seguimos em frente até Joaquín V. Gonzales, onde ficamos no hotel Ayres de Campo, também com boa relação preço/serviço (aprox. 100 reais, quarto para duas pessoas).


Jantamos um bife de chorizo (mas que não convenceu...) e, claro, mais uma Quilmes...



3o dia - Joaquín V. Gonzales/Purmamarca, passando por Salta, 380 km, 2.125 desde Londrina


Em Salta fomos até o centro para trocarmos alguns dólares por pesos argentinos e aproveitamos para comer empanadas.


Subimos até San Salvador de Jujuy pela 9, uma estrada muito estreita e cheia de curvas, passando por uma floresta. Dá só uma olhada num trechinho...





Antes de Purmamarca fomos até Tilcara (uns 25 km à frente) para abastecer, começamos a ver as alterações na paisagem e aproveitamos para comer e tomar uma cerveza Salta.





4o dia - Purmamarca/San Pedro de Atacama(CH), 410 km, 2.535 desde Londrina
São as curvas da cordilheira, o salar, o altiplano, passando pela fronteira, claro. Mas esse ano já funcionavam de forma unificada (Argentina e Chile), então até que foi rápido.











Em San Pedro de Atacama ficamos no hotel Don Raul (http://www.donraul.cl/pt-br/), com muito boa relação custo-benefício. É central, tem estacionamento, bom café da manhã, quarto confortável e banheiro muito bom. 100 dólares para apto. duplo. Nos instalamos e fomos até o Valle de la Luna. No caminho, modéstia à parte, fiz essa linda foto do retrovisor da moto refletindo o vulcão Licancabur, na Bolívia.


Lá conhecemos o casal Marcelo Panzetti e esposa, de São Paulo, que estavam fazendo uma viagem de 9.000 km a bordo de uma BMW 1.200 GSA. No Valle o por do sol é inesquecível.



Abastecemos ao voltar do Vale e à noite jantamos um prato de carne, mais bonito do que gostoso.


5o dia - San Pedro de Atacama(CH)/Salta (AR), 595 km, 3.130 desde Londrina
Saímos não muito cedo de San Pedro de Atacama, paramos para o cristão Plínio orar (o mais perto de Deus que ele já conseguiu chegar, 4.821 msnm).




Aproveitamos para erigir um 'monumento' em homenagem aos vulcões.



Assim como na ida, paramos no 'Complejo Turisitico' Pastos Chicos (http://www.pastoschicos.com.ar/susques/). Ótimo ponto de apoio, com hotel, restaurante, combustível, telefone, etc. Em Salta ficamos no Wilson Hotel (http://www.wilsonhotel.com.ar/), bem no centro. À noite comemos o melhor bife de chorizo que existe, no restaurante El Solar del Convento (Calle Caseros 444). NÃO DEIXEM DE FAZER ISSO!!! Mesmo que sejam vegetarianos!!! Comi também Morcilla, salada, papas fritas, flan com dulce de leche, tomei espumante doce, cerveja, coca zero, etc. Imaginem como foi a minha noite...


6o dia - Salta/Tafí del Valle, 310 km, 3.440 desde Londrina

Já tinha ouvido falar como bonito esse trecho, passando por Cafayate. E, de fato, a beleza é grande e compensa muito o aumento de percurso (320 km) e tempo (pelo menos um dia a mais). Aliás, esse trecho tem atrações suficientes para justificar uma viagem específica.








Tafí del Valle é uma simpática estação de esporte de inverno, mas com bons recursos de hotelaria e restaurantes para atender no verão também. E com preços muito bons. Ficamos nas Cabañas del Valle, muito bom, mas não foi fácil de encontrar. Há um esquema, que parece ser comum na hospedagem local, de oferecer um 'pacote' completo. Além do café da manhã, tem até um lanche da tarde.

7o dia - Tafí del Valle/Resistencia, 835 km, 4.275 desde Londrina


Fizemos o pedaço mais bonito desse trecho (de Tafí até Santa Lucia, uns 50 km) com uma chuva fina e neblina. Por isso não fizemos fotos. Neste sentido a estrada é uma descida por uma serra no meio de uma linda floresta. Sem dúvida, esse virou meu trajeto oficial numa próxima ida à SP Atacama (provavelmente em Maio de 2015), mas no sentido inverso. Já o resto da estrada é o típico Chaco Argentino. Plano, reto e chato. Muitos campos de produção agrícola. 'Enrolamos o cabo', dando tiros de 200 km e só parando para abastecer e comer alguma coisa leve. Em Resistencia ficamos num Hotel/Cassino (Amérian Hotel Casino GalaJuan Domingo Perón 330 esq. Necochea), muito, muito bom e barato pelo que oferece (960 pesos para duas pessoas, mais ou menos 65 dólares).




8o dia - Resistencia/Medianeira, 705 km, 4.980 desde Londrina


O tempo voltou a esquentar desde ontem, assim que entramos no Chaco. Quando estávamos chegando em Posadas, um pouco antes do contorno, vimos a moto do Marcelo Panzetti e esposa (que conhecemos em SP Atacama) parada com o pneu traseiro furado. Paramos para dar um 'apoio moral', mas no fim das contas, com um reparador instantâneo de pneus, acabamos ajudando que eles chegassem na cidade, onde conseguiram um pneu novo.




Tocamos em frente, passamos a fronteira e chegamos em Medianeira no começo da noite.



Ficamos no Hotel Harbor Inn (135 reais, quarto para duas pessoas) e por lá jantamos, pedindo comida num restaurante. Depois, fiquei sabendo que o doido do Marcelo Panzetti (o do pneu furado), tocou até Cascavel, chegando lá a meia noite.

9o dia - Medianeira/Londrina, 450 km, 5.430 desde a saída.


Na volta lembramos dos nossos amigos 'traíras', que também viriam mas nos deixaram na mão.


Chegamos em casa no meio da tarde. Foram 9 dias, 5430 km, média de pouco mais de 600 km por dia. Deu para matar a vontade de andar de moto.


Até uma próxima.