O que é? Para que serve?


A idéia desse blog surgiu quando voltei da viagem ao deserto do Atacama, em Janeiro de 2011. Desde o fim de 2009 fiz postagens no cdfmoto.blogspot.com, criado e utilizado pela Ju e Toni. Como as nossas postagens começaram a ficar 'embaralhadas', optei por compilar os meus também para cá e, quem sabe começar a acrescentar algo mais...

Para que serve? Além de ser um depósito para os meus escritos, a intenção é que sirva para mais alguém curtir e até como fonte de informação para quem for viajar por esses caminhos. De moto ou não.

Ushuaia - Dezembro 2009/Janeiro 2010

Esta é a reunião das mensagens que enviei por ocasião da viagem que fizemos (eu, Inha, Toni e Juliana) até Ushuaia, no extremo sul da Argentina, em Dezembro 2009/Janeiro 2010.





Ushuaia: por onde vamos




Viagem ao fim do mundo: roteiro aproximado, com datas e locais, e também uma figura de um mapinha bem tosco do trajeto (as bolas verdes e bandeiras foram recursos do programa utilizado e não editados). 13 mil km em 4 semanas.

26/12 - Campinas até Lages/SC (Toni e Juliana);
27/12 - Londrina até Caxias do Sul/RS (Otavio); Lages até Porto Alegre (Toni e Ju);
28/12 - Caxias do Sul até Porto Alegre (Otavio), todos se encontram no aeroporto (a Ana Paula vem de Londrina de avião) e de lá até Chui;
29/12 - Chui a Montevideo, passando por Punta Del Leste;
30/12 - Montevideo;
31/12 - Montevideo a Colonia del Sacramento;
01/01 - Colonia del Sacramento a Buenos Aires;
02/01 - Buenos Aires a Bahia Blanca (ou arredores);
03/01 - Bahia Blanca a Puerto Madryn;
04/01 - Puerto Madryn a Comodoro Rivadavia ou Caleta Olivia
05/01 - Comodoro Rivadavia ou Caleta Olivia a Río Gallegos
06/01 - Río Gallegos a Ushuaia
07/01 - Ushuaia
08/01 - Ushuaia
09/01 - Ushuaia a Río Gallegos
10/01 - Río Gallegos a El Calafate
11/01 - El Calafate
12/01 - El Calafate
13/01 - El Calafate a Caleta Olivia ou Comodoro Rivadavia
14/01 - Caleta Olivia ou Comodoro Rivadavia a Esquel
15/01 - Esquel a Bariloche
16/01 - Bariloche a Osorno/Chile
17/01 - Osorno a Concepcion
18/01 - Concepcion a Santiago
19/01 - Santiago
20/01 - Santiago a Mendoza/Argentina
21/01 - Mendoza a Córdoba
22/01 - Córdoba a Santa Fé
23/01 - Santa Fé a Uruguaina/Brasil
24/01 - Uruguaina a Porto Alegre (Ana Paula embarca de volta à Londrina de avião)
25/01 - Porto Alegre a Curitiba;
26/01 - Curitiba a Campinas (Toni e Ju)/Londrina (Otavio)


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Ushuaia: 27/12/2009 – De Londrina a Porto Alegre


De Londrina a Porto Alegre - 1.005 km desde Londrina

Saí de Londrina às 6 da manhã e cheguei em Porto Alegre às 19:45, 1005 km depois, com o rabo doendo (nunca mais será o mesmo). Sem correr muito na estrada. Só um pouco. Sem chuva.
Em tese, ganhei o primeiro selo CDF. O que é o selo CDF? Se tiverem paciência dêem uma lida no blog http://cdfmoto.blogspot.com/ , bem no pé da página. Aliás, este blog, feito pela Juliana e o Toni (nossos companheiros) é sobre essa viagem.
De cara achei que o meu GPS (garmin) estava louco, pois não acertava a posição com o mapa de jeito nenhum. Depois melhorou. O Toni sugeriu que pudesse ser a posição dele em relação ao imã da mala de tanque, que é muito forte. Acho que pode ter razão. Cabe investigar.
Ontem, como todo fim de feriado, havia um trânsito terrível de carros nas estradas. E muitos ‘pois és’ (fuscas, brasílias, corcéis, opalas, chevettes, kadetts, etc.) a 60 km/h, com filas enormes atrás. Fui até Ponta Grossa e de lá em direção à BR 116, passando por Palmeira. A BR 116 está recapada, com remendos, mas sem buracos. E pedágios, muitos pedágios. R$ 1,45 para motos. No Rio Grande do Sul motos não pagam pedágio, mas a cada praça de cobrança você tem que adivinhar por onde passa, pois não há uma placa indicando. Aliás, dirigir no RS é uma aventura. Você tem que adivinhar para onde ir, pois placas indicativas são raras. Muitas serras e quase sem 3ª pista, tanto na subida como na descida. Ou seja, se der azar de pegar um caminhão à frente... Aconteceu um monte de vezes comigo. E tome a moto ‘tossir’ em baixa rotação. É muita cara de pau cobrar pedágio em estradas assim. Parece o Paraná.
Minha moto continua ‘tossindo’ e piorou um monte depois da última abastecida em Vacaria/RS. Abaixo de 3.000 rpm, em rotação constante ou mesmo sem acelerador, dá-lhe ‘tossir’. No entanto, está estranhamente econômica. Para os que não sabem há tempos apanho com o mapeamento da injeção dela. Até hoje só após uma das revisões ela ficou boa. Vou tentar abastecer com gasolina de alta octanagem hoje e ver se melhora. Espero que a causa da piora tenha sido a gasolina colocada em Vacaria. Minha esperança é que com a gasolina dos ‘hermanos’ uruguaios, argentinos e chilenos, sem álcool, a coisa melhore. O medo é que ocorra o contrário.
Em Porto Alegre (hotel Ibis aeroporto) encontrei o Toni e a Ju que me esperavam no estacionamento com taças e espumante. 




A noite fizemos a primeira estabacada gastronômica numa TCG (Tradicional Churrascaria Gaúcha).



Ushuaia: 28/12/2009 – De Porto Alegre a Chuí

De Porto Alegre a Chuí – 545 km, aproximadamente 1.550 desde Londrina

Dia 28/12 – Devido ao atraso do vôo, a Inha chegou perto do meio-dia. Peguei-a no aeroporto, fomos ao Hotel (Ibis, ao lado do aeroporto) para se trocar e uma da tarde saímos em direção à Pelotas, Rio Grande e Chuí, destino final para o dia. Pagamos o primeiro e único pedágio para moto também na saída de Porto Alegre. 




Como não achei nenhum posto com gasolina Podium abasteci com aditivada mesmo e a moto foi melhorando. Praticamente só retas, plano e limite de 110 km/h. Rendeu bastante. 




Mais uns 180 km abasteci novamente e a moto melhorou ainda mais. Acho que a gasolina de Vacaria estava mesmo alcoolizada, ou algo pior. Após Rio Grande atravessamos a reserva ecológica Taim, bem devagar (60 km/h é o limite). É um banhado cheio de animais à vista. É incrivelmente bonito, mas dá dó ver o tanto de carcaças de animais mortos na beira da pista. São 15 km e, sem exagero, centenas de carcaças de pacas, principalmente, ao lado da pista. 




Já havia lido mais de uma vez que o trecho Rio Grande – Chuí tinha uma boa distância sem postos, então parei para abastecer no primeiro que apareceu. Pela foto do ‘estado’ do posto dá para imaginar a qualidade da gasolina.


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A moto voltou a tossir mais do que o de costume.
Estava havendo uma ‘operação especial’ da polícia rodoviária federal na estrada. Algo estava acontecendo, pois nunca os vi abordar carros em movimento – como nos filmes americanos – e fazê-los estacionar. Metralhadoras em punho e fazendo revista. Também havia um helicóptero deles percorrendo a estrada em baixa altitude. Chegamos a Chuí, hotel Bertelli (caro, pelo que oferecia, mas como era um dos únicos...), às 7 e meia. 6 horas e meia para andar 520 km, com duas paradas.




À noite fomos jantar no Uruguai, mas foi só atravessar a rua.



Ushuaia: 29/12/2009 – De Chuí a Montevidéu (Uruguai)

De Chuí a Montevidéu (passando por Mar Del Plata) – 350 km, aproximadamente 1.900 desde Londrina


Saímos umas 9 da manhã de Chuí em direção à Punta Del Leste e Montevideo. Passaportes e documento da moto, imigração, documento da moto, permissão internacional para dirigir e carta verde, aduana, e atravessamos a fronteira sem problemas. 




Abasteci logo de cara para ir ‘concentrando’ e a moto se acostumar sem álcool. Retas e plano, 110 km/h. A certa altura há uma ‘pista de aterrissagem de emergência’ em pleno asfalto, ou seja, uma pista de pouso – das grandes. Estranho e divertido. Chegamos à Punta Del Leste, demos aquela volta turística tradicional, muitas fotos (inclusive ao lado da “La Mano”), almoçamos no “Las Ostras” – uma exagerada desnecessária – mais fotos, novo abastecimento e estrada de novo, em direção a Montevidéu. 



Pista dupla, plano. Chuva na chegada. Roupas de cordura e botas impermeáveis são uma ótima pedida. Passamos pelo aeroporto novo (estava entrando em operação neste dia), lindo, atravessamos toda a cidade em direção à beira rio, onde está o hotel Ibis. Estamos usando um gps navegador Garmin Nuvi, com mapas gratuitos do proyecto mapear (http://www.proyectomapear.com.ar/). Ajuda muito!! 




Já no centro, parado em um semáforo, vi um clarão forte. Primeiro achei que fosse a Inha, na garupa, tirando uma foto, mas a luz foi forte demais. Flash de pardal de semáforo me veio à cabeça, mas eu estava parado. Então ouvimos um estouro muito forte, de tremer. Um raio, dos grandes, caiu muito perto. Sem dúvida o maior que já presenciei. Assustei bastante. Chegamos ao hotel, nos instalamos, banho, e outra exagerada em um restaurante de massas. Preciso segurar a onda, pois a minha meta de, pelo menos não engordar, está correndo altíssimo risco. O Toni não quer nem saber. Senta à mesa, destroça os pãezinhos de entrada, e vai pedindo comida e bebida para quatro. Isso, fora os nossos pedidos....









Ushuaia: 30/12/2009 – Montevidéu


O Uruguai tem pouco mais de 3 milhões de habitantes e a capital em torno de 1,3 milhões. Montevidéu é bonita e tranquila, parece uma cidade européia. 






Toda arborizada com plátanos, cujas mudas chegaram de navio por engano. Era para outro local, segundo um taxista (que também é cultura...). 




Um pouco descuidada na limpeza, muito coco de cachorro nas calçadas e muitos carros velhos circulando. Aliás, no Uruguai todo. Mais exageradas gastronômicas, no mercado do porto pelo almoço e num shopping à noite. Aliás, ficamos um pouco decepcionados com os shoppings. Acanhados para a cidade.





O nome MONTEVIDEO


Montevideo: Entrando na bacia do Prata é o 6º monte de este (leste) para oeste. 


MONTE VI (6 em algarismos romanos) De Este para Oeste. 


Esta é a origem do nome da cidade, dado pelo descobridor. Sabiam? Nem nós. City tour também é cultura.




Ushuaia: 31/12/2009 - De Montevidéu a Colônia Del Sacramento


De Montevidéu a Colônia Del Sacramento – 185 km, aproximadamente 2.085 desde Londrina


Estrada plana com pista dupla na maior parte do trecho, 90 a 110 km/h de limite e com radares fixos e móveis. Uma parada para abastecer, com gasolina Super (não havia a Premium). Deve ser Super de super fedida. Um cheiro horroroso. Chegando a Colônia, com pista simples, há quilômetros de palmeiras plantadas na beira da estrada. Lindo. 




Ficamos num ótimo hotel (Radisson), à beira do rio, com piscina, etc. Nova exagerada no almoço. Andamos pela cidade à tarde – principalmente na parte antiga. Lembra bastante Parati, Morretes, etc. 







À noite ceia e réveillon no hotel. Por falar nisso, ótimo 2010 para todos(as)!!








Ushuaia: 01/01/2010 - Colônia Del Sacramento a Buenos Aires

Hoje foi moleza. Acordamos mais tarde, café da manhã, carregar as motos e ir para o Buquebus – barco que faz a travessia de Colônia para Buenos Aires. São quase 60 km em menos de 1 hora, num barco gigantesco. 




As motos (e carros) vão embaixo. São bem atadas ao piso com amarras, para evitar cair num eventual balanço do barco. 





Por dentro parece um navio de passageiros, com 1ª classe, freeshop, bares e tudo o mais. Em Buenos Aires nos dirigimos ao Hotel Best Western (bem no centro), deixando as motos num estacionamento próximo. 






Fomos a pé até o obelisco, onde estava havendo a largada do Rallye Paris Dakar. 










De lá de táxi para Puerto Madeiro para mais uma carne exagerada, vinho, etc. De volta ao hotel de táxi, com um passeio extra pela cidade, devido às ruas fechadas para a largada do Rallye. Agora vamos para o berço, pois precisamos descansar. Até agora foi moleza. Amanhã começa a viagem para valer. São mais de 3.000 km em 5 dias.




Ushuaia: 02/01/10 - De Buenos Aires até Bahia Blanca

De Buenos Aires a Bahia Blanca - 700 km, aproximadamente 2.785 desde Londrina


Demos uma volta no centro, passando pelo Obelisco, Parlamento e Casa Rosada e saímos por volta de 9 e meia. 



São quase 700 km, na maior parte reta e plana. No início pista dupla, com trechos de até 130 km/h de limite (ô dilícia!!) e no resto pista simples com até 110 km/h, mas rende bem devido ao pouco movimento e grande visão para facilitar as ultrapassagens. 




Tem-se que ficar esperto no cálculo do tempo para a ultrapassagem porque a velocidade de quem vem em sentido contrário engana. 
Pedágios, inclusive para motos, e radares no trecho de pista dupla e pedágios também nosso trechos de pista simples, mas estes as motos não pagam e passam pelo lado direito. 
Gasolina Fangio ou Pódium, mas a minha moto continua a tossir abaixo dos 3 mil rpm. E, por falar nisso, é bom começar a prestar atenção na autonomia do combustível. Nem sempre há postos, nem sempre estão funcionando e nem sempre tem gasolina. Não fiquei sem, mas tomei sustos. Para as motos de tanque pequeno e/ou alto consumo deve-se ter um ‘plano B’. 
Chegamos à Bahia Blanca as 18 e 30, cidade de 500 mil habitantes, bem movimentada. Cansados, mas nem tanto. A parada das motos em frente ao hotel virou sensação e o Toni celebridade da molecada. Banho e cerveja no calçadão do centro.




Ushuaia: 03/01/2010 - De Bahia Blanca até Puerto Madryn






De Bahia Blanca até Puerto Madryn – 700 km, aproximadamente 3.485 desde Londrina



Ontem esqueci de comentar sobre o calor (a moto do Toni, que tem termômetro, chegou marcar 38 oC) e amostra grátis dos famosos ventos que nos esperavam. Hoje o bicho pegou. Planejamos tudo para sair bem cedo. Não adiantou. 8h15. De cara um vento mais forte do que ontem, uma vistoria num ‘control fitosanitario’ e quando a estrada virou para o sul o vento nos empurrava. Finalmente comecei a usar 6ª marcha (ontem até tinha colocado algumas vezes, mas sem constância). 140 km/h no velocímetro (130 no GPS) e 4 mil e 500 rpm. Dá-lhe beber (uns 12 km/L).





Aí o vento começou a aparecer de verdade. Diminuí (5ª de novo) e fiquei andando ‘de lado’. Perto de Viedma tivemos uma esperiência única: tempestade de areia! Daquelas de fechar a estrada. Nunca vi nada igual e nem sequer li nada parecido nas dezenas de relatos de viagens de moto à Ushuaia. Não se via um palmo à frente do nariz, parar nem pensar. Farol alto e pisca alerta ligados o tempo todo. 





Quando paramos para abastecer, em Viedma e empoeirados dos capacetes aos pés, motos inclusive, a coisa acalmou. 





Por falar em abastecer, foram 21,5 litros num tanque em que cabem 22. Ou seja, foi por pouco. Decidimos abastecer com mais freqüência. Em San Antonio D’Oeste surpresa: fila de 1hora e meia para abastecer, no único posto em que tinha gasolina. 6ª marcha de novo com o vento (ou a falta) colaborando. Só quando cruzávamos com caminhões baú é que as motos chacoalhavam, e muito. Novo abastecimento com gasolina Podium (posto Petrobrás sem fila e do outro lado da rodovia um posto YPF com fila... vai entender). Chegamos em Puerto Madryn às 18 e 15, ar frio devido ao oceano. Cidade bonitinha e tranqüila. Acabamo-nos numa paella. Amanhã vamos até Comodoro Rivadávia ou Caleta Olívia, conforme render a estrada. Decidimos comprar um galão para combustível extra.





Ushuaia: 04/01/2010 - De Puerto Madryn até Caleta Olívia





De Puerto Madryn até Caleta Olívia – 515 km, aproximadamente 4.000 desde Londrina




Saímos depois das 10, pois o tiro seria curto e fui atrás de trocar dólares e comprar galões para combustível, mas o comércio só abria às 9. Abastecemos com gasolina Fangio, inclusive os dois galões de 3,9 L cada. Logo que começamos a andar, ainda na cidade, a gasolina vazou dos galões. Paramos para tentar conter o vazamento, mas como não consegui estressei com os galões, com o Toni e até com as garrafas de água que estavam presas pelos mesmos elásticos. Depois de muito tentar, fomos embora com um dos galões escorrendo ainda. Correndo o risco literal de ter fogo no rabo. 





Até a primeira parada para abastecer, quase 200 km, estava tudo ok. Só nos venderam 40 pesos de gasolina para cada moto (uns 12,5 litros), pois estava em falta. Mau presságio. A partir daí o ‘nosso amigo vento’ começou a nos procurar... E cada vez mais forte, mas nada comparado à tempestade de areia. No outro posto (uns 80 km depois) já não havia mais combustível e o próximo só dali uns 160 km. E o vento pegando... era cada lapada que a moto chacoalhava toda. Vimos um acidente, um gol aparentemente capotado e um corpo coberto. A gasolina poderia até dar, mas por via das dúvidas, um pouco antes de Comodoro Rivadavia colocamos a gasolina de um dos galões no tanque. 





Agora... chegando em Comodoro Rivadávia... a paisagem começou a mudar, e como!! Colinas com aspectos de deserto e a cidade, que deve viver da extração de petróleo (assim como Caleta Olívia), é uma pirambeira só, a beira mar. 






De Comodoro à Caleta a estrada vai beirando o mar, com paisagens lindas e surreais. Chegamos umas 5 e meia da tarde, com uma chuva começando a cair. Banho e jantar no restaurante do próprio hotel. Amanhã serão mais uns 700 km até Rio Gallegos.









Ushuaia: 05/01/2010 - De Caleta Olivia até Rio Gallegos



De Caleta Olivia até Rio Gallegos – 700 km, aproximadamente 4.800 desde Londrina



São 22:30 hs em Rio Gallegos, quase o fim da Patagônia, e não está completamente escuro ainda. Estamos num restaurante (Puesto Molinos), após, finalmente, destroçar um cordeiro patagônico. É mesmo tudo o que me falaram de maravilhoso. E também, por mais que a minha amiga Fátima tivesse me falado sobre a surpresa das mudanças de paisagens, é indescritível!!! Essa viagem deveria ser obrigatória! Todos vocês devem dar um jeito de fazê-la. 










É claro que não de moto, já que isso é coisa para iniciados, cabras machos, homens decididos!! E, obviamente, não é o nosso caso (o meu, pelo menos) e estamos sofrendo muito por isso... Vai ventar assim na PQP!!! Por mais que falassem, só passando por isso para saber o que é. Para esclarecer: tudo o que ouvirem (ou lerem) sobre o vento é verdade!! Se acharem que quem conta está exagerando, reconsiderem e podem ainda imaginar pior do que estão contando. A coisa vinha bem até um pouco depois do meio do caminho. Tinha vento, mas já estávamos acostumados a dirigir a moto ‘de lado’. Depois de uma parada, faltando uns 130 km, ao entrar de novo na estrada cheguei a achar que havia algo errado com a moto, pois não andava na pista certa. Só queria ir para o lado contrário. Quando a ‘lapada’ de vento pegava mesmo, ficava impossível permanecer na pista. Por umas três vezes fui mesmo, com tudo, para a outra pista e torcendo para não chegar ao acostamento (ou fora dele). Os primeiros 10 km foram terríveis, muito pior do que já pude imaginar. Depois continuou muito ruim, pior até do que a tempestade de areia, mas conseguimos manter a moto na pista certa. Só que tive que andar em 4ª marcha, 5.000 rpm, 100 km/h. a temperatura baixou bastante, para agradáveis 15, 20 oC. Já estamos usando os forros das roupas. Quase acabou a gasolina (mas ainda tinha os tanques reservas), deve ter feito pouco mais de 10 km/L. Neste trajeto começaram a aparecer os guanácos – um tipo de veado – e cordeiros (patagônicos, é claro). Põe aparecer nisso! Guanáco tinha prá todo lado, dentro e fora da cerca, no meio da pista e mortos (atropelados e até enroscados nas cercas) às dezenas. 




Mas na parte do vento sumiram também. Acho que saíram voando. Não escrevi errado não: voando mesmo! Com aquele vento não precisa nem de asas. Em Rio Gallegos trocamos o óleo do motor, finalmente, o que me deixou tranqüilo quanto à manutenção. Pelas fotos dá para ter uma boa idéia das paisagens. Amanhã vamos tentar ir para Ushuaia, ou então iremos para El Calafate, já que a fronteira está fechada por conta de uma greve do pessoal da aduana chilena. Isso deve acontecer uma vez em cada século e, é claro, tinha que ser hoje.


De Rio Gallegos até o fim do mundo – USHUAIA, CHEGAMOS!!!

06/01/10 – De Rio Gallegos até o fim do mundo – USHUAIA. 530 km, aproximadamente 5.350 km desde Londrina, 10 dias atrás.

Gente: estamos literalmente no fim do mundo que, por sinal, é bem arrumadinho. Saímos umas 9 da manhã de Rio Gallegos, com informações de que a Aduana chilena, apesar da greve, estava habilitando os viajantes para Ushuaia. Abastecemos e estrada. De cara o nosso amigo vento, mais uma vez. Moto de lado, 5ª marcha, 5.000 rpm, e dá-lhe beber. 


Uns 65 km até a fronteira ‘integrada’ (conjunta Argentina e Chile), mais ou menos uma hora para os procedimentos (felizmente nem sinal do tal ‘paro’ – greve – da aduana chilena). Na travessia do estreito de Magalhães fiquei com receio de que a balsa não estivesse passando devido ao mar agitado. Fui perguntar e me disseram: que mar agitado? Fico pensando no que é mar agitado para eles.. 


Mais uns 35 km até Cerro Sombrero, onde termina o pavimento e começa o ‘temido’ RÍPIO. Deram-nos uma dica de que era melhor seguir por um caminho alternativo, e não o tradicional. Um pouco antes de Cerro Sombrero, entrar à direita na primeira estrada de rípio, em direção à Onaisim, e seguir as placas para San Sebastian. Se não me engano o Eduardo Ralisch (nosso 'diqueiro' oficial) já me tinha dito isso bem antes. São 5 km a menos, rípio melhor e menos trânsito. Resolvemos ir nessa, mas a minha gasolina não daria. Então fomos até Cerro Sombrero para abastecer e... adivinhem? Quem pensou em falta de combustível, errou. Afinal, ali é o Chile, e não Argentina... O posto estava fechado para almoço. Pode? Indicaram-nos um restaurante, que não estava fechado para almoço... muito bom, por sinal. Abastecemos e fomos encarar o tal do rípio, terror de todos. Decepção total... nada mais do que uma estrada de terra com cascalho (ou moledo, para alguns). Só que muito, muito bem feita. Não só a cobertura é de cascalho, mas o leito todo. Não vi nenhuma diferença quanto ao tamanho das pedras, só na cor (mais claro). As inconveniências de sempre neste tipo de piso: moto ‘sambando’ um pouco (a minha mais de traseira e a do Toni – BMW GS Adventure, mais de frente), vibração nas ‘costelas de vaca’ e o risco de levar uma pedrada ao cruzar com alguém. Por ser o leito todo de cascalho, portanto elevado, há uma valeta de cada lado da pista e, obviamente, não é aconselhável cair nela. São uns 135 km no total. Gastamos pouco mais de duas horas. Nos primeiros kms fomos mais devagar, mas depois de pegar o jeito perdeu a graça. No fim comecei a abusar e trinquei a bolha (parabrisa) de tanta vibração. Em um trecho melhor, para fazer graça, andei até em 120 km/h. 




Nova fronteira e novas imigrações, aduanas, etc. Só que desta vez separadas. Gastamos ali uma hora e meia, mais ou menos. Até entendo a importância de fazer o controle na fronteira, mas, afinal, fica só na burocracia. Filas, formulários, carimbos, mas vistoria que é bom, nada. Poderíamos entrar com drogas, armas, frutas, embutidos, etc. Qualquer das coisas proibidas passaria sem problemas. Abasteci de novo e, como o vento maneirou, 6ª marcha 5.000 rpm, 150 km/h no velocímetro e 135 km/h no GPS. Paramos em Rio Grande para abastecer e aceleramos novamente, aproveitando a estrada e o vento fraco. A paisagem era muito parecida com a dos dois dias anteriores, até chegar perto de Ushuaia, onde começou uma chuvinha fraca. E, por mais que digam, é lindo e completamente diferente de tudo já visto. Florestas, montanhas, neve. Inacreditável!! 



E, claro, frio. Depois de 13 horas chegamos ao hotel Altos de Ushuaia. Um arraso, com vista para a baia. Banho, com lavagem da roupa impermeável (teremos 2 dias e 3 noites para secá-la), jantar com vinho e cama.



Ushuaia: 07 e 08/01/2010


Ushuaia – A cidade fica numa baia, no canal de Beagle, ‘protegida’ por montanhas – que fazem parte do fim da cordilheira. Encontramos um pessoal de Brasília, também de moto, que tem um blog chamado ‘onde o vento faz a curva’ (www.ondeoventofazacurva.com). De fato, deve ser aqui mesmo, pois nem sinal do vento. É uma cidade bonita, padrão europeu, vive majoritariamente do turismo e, obviamente, cheia de estrangeiros. Muito, mas muito legal mesmo. Cheia de histórias de aventuras. Adorei. 





Ontem andamos pela cidade, as tradicionais fotos, fizemos também um passeio (5 horas) de barco pela baia, vimos pássaros (cormorões), leões marinhos e pingüins, a poucos metros de nós. 




O barco é um arraso, com dois super motores que o fazem navegar a 60 km/h, sem parecer que está se movendo. 


À noite (se é que tem noite aqui, pois anoitece quase meia noite e 4 da manhã já está claro de novo) andamos pelas lojas do centro e jantamos um tipo de rodízio de cordeiro patagônico, com vinho, é claro. 



Hoje fomos a uma amostra grátis de glaciar, almoçamos umas 4 da tarde, mais lojinhas pelo centro, jantar no hotel e cama. 






Amanhã vamos sair bem cedo, de volta à Rio Gallegos. Há novos relatos de problemas na aduana chilena, mas o pessoal do ‘onde o vento faz a curva’ conseguiu passar. Dá para acompanhar o trajeto deles pelo blog, pois estão com esquema GPS/celular que atualiza ‘on line’. Não fomos ao parque La Pataia, o que foi uma pena, pois disseram que é muito legal também. Fica para a próxima, que vai ser breve. Provavelmente não de moto, mas de avião fica muito barato. Aliás, financeiramente é bastante viável  vir para cá. Pensem seriamente nisso.




Ushuaia: 09/01/2010 - De Ushuaia a Rio Gallegos - a volta!


De Ushuaia até Rio Gallegos - 530 km, 5.980 desde a saída de Londrina.


Chuva, vento, frio e 5 horas de imigração e aduanas nas fronteiras Argentina/Chile/Argentina. Foram 15 horas, para andar os mesmos 530 km. Saímos 9 da manhã e chegamos meia-noite. Chuva na saída de Ushuaia, não encontrei a hosteria onde estava o meu amigo Gustavo Casal. 





Vento recomeçando no meio do caminho até Rio Grande, fronteira de-mo-ra-da da Argentina, fronteira d-e-m-o-r-a-d-é-r-r-i-m-a do Chile, rípio, 2ª baixa na moto (protetor de corrente quebrado), balsa no estreito de Magalhães.







Fronteira integrada rapidíssima - porque saímos voando e ultrapassando todo mundo após sair da balsa e chegamos antes, maneirando até Rio Gallegos pois já estava escuro e coelhos cruzavam a pista (não atropelei um por centímetros) e a gasolina na reserva. Jantamos numa lanchonete em frente ao mesmo hotel de 4 noites atrás (Costa Rio). Jantou conosco o Eduardo, um médico veterinário de Assis Châteaubriant/PR que está viajando sozinho, e nos acompanhou desde Ushuaia. Banho e cama. Amanhã sairemos rumo à El Calafate.




Ushuaia: 10/01/2010 - De Rio Gallegos a El Calafate


De Rio Gallegos a El Calafate - 300 km, aproximadamente 6.300 desde Londrina. 


Acordamos tarde, devido à epopéia fronteiriça do dia anterior, e saímos por volta do meio-dia. Abastecemos (agora só estou andando com gasolina Power – intermediária – e parece que a moto funciona melhor, apesar do consumo continuar alto), calibramos os pneus e saímos com frio, mas pouco vento. Para os padrões patagônicos, é claro. A paisagem é a mesma, parece filme de faroeste, até pouco depois da metade, quando apareceu um lago de cor verde azulada e descortinou seguramente a paisagem mais bonita que eu já vi. Paramos para fotos e fomos curtindo a vista até El Calafate. 








Atravessamos a pequena cidade, pois o hotel (Elan, muito bom) fica do outro lado, na saída para o Glaciar Perito Moreno. 





À noite jantamos no La Tablita, adivinhem o quê? Cordeiro patagônico, é claro. 




Encontramos também o Eduardo, que chegou um pouco mais tarde. Amanhã vamos ao Glaciar, considerado o local mais belo do mundo.




Ushuaia: 11 e 12/01/2010 - EL Calafate




Dia 11, 2ª: fomos ao Glaciar através de uma agência (uns R$ 230,00 por pessoa, mais uns R$ 40,00 para entrar no parque). Fica uns 80 km da cidade e se gasta cerca de 1 hora e meia até lá. As informações dadas sobre o passeio no hotel foram um lixo. Não falaram nada sobre pagar em separado a entrada do parque (muita gente no ônibus não sabia e uma inglesa não tinha todo o dinheiro), e disseram que precisava levar todo tipo de comida e bebida, pois lá não tinha nada. Saí correndo ao centro comprar e, ao chegar lá com duas mochilas pesadas nas costas, demos de cara com uma super lanchonete que tinha de quase tudo. Encontramos lá o Eduardo, o Grilo e o Maurinho, nossos companheiros desde muitos dias e kms já. Não sei se o Glaciar é mesmo o lugar mais bonito do mundo, pois ainda não vi o resto. Mas, olha.... Nem vou falar nada. É só ver as fotos. 















O pacote consiste no ônibus até lá, barco e passeio sobre o Glaciar, que terminou com uma dose de wisky, com gelo de 400 anos... Apesar dos problemas com as informações no hotel, valeu cada centavo. 











À noite encaramos um bife de chourizo. 
Dia 12: ficamos pelo hotel e cidade. Aproveitei para dar uma garibada no que sobrou do protetor de corrente da moto, vítima do rípio. Amanhã veremos se ficou bom, pois tentaremos cortar caminho em direção à Comodoro Rivadávia. Só 200 km de rípio. Aí, ai. Serão 3 dias de estrada até Bariloche.


Ushuaia: 13/01/2010 - De El Calafate a Comodoro Rivadávia

De El Calafate até Comodoro Rivadávia – 1.030 km, 16 horas de viagem – 7.360 km desde Londrina

O trajeto vocês já conhecem.

Com notícias sobre falta de combustível novamente, com tanques e galões cheios, saímos ‘cedo’ – 8 horas, que foi o nosso recorde até aqui – tempo nublado, e pensamos em pegar uma estrada (ruta provincial 9) de 200 km de rípio, para economizar outros 200 km. Levamos 15 minutos para andar 6 km e desistimos. Voltamos para o asfalto, começou uma chuvinha fraca, reabastecemos em Esperanza (estrada El Calafate Rio Gallegos) e tocamos até Comandante Luis Piedra Buena. 


Lá ficamos quase 2 horas esperando gasolina. Quando chegou as bombas pegaram ar e demoraram a funcionar. Já tá virando um pé no saco essa história... a YPF (estatal argentina de derivados de petróleo) parece que perde feio para a Petrobrás. É claro, vocês devem estar pensando.. Mas, acontece, que estou me referindo à Argentina. Ou seja, a Petrobrás aqui na Argentina é melhor do que a YPF. Não vimos nenhum posto Petrobrás sem combustível, ou com fila. De qualquer forma estamos em Piedrabuena esperando o caminhao de gasolina aparecer. Se serve de consolo, o posto tem internet...


Neste trajeto começaram a aparecer os Guanácos. Muitos mesmo.



Até perto de Caleta Olívia, quando foram sumindo à medida que e vento foi dando as caras de novo e aumentando... E que vento... ouso dizer que foi até pior que os anteriores. Com o agravante de já ser noite cometemos a bobagem de querer ir até Comodoro Rivadávia para o Toni conseguir o selo CDF (dado ao motociclista que andar 1.000 km em 24 horas). O vento chacoalhava tanto, principalmente quando cruzávamos com caminhões, que por várias vezes achei que ia sair da estrada ou cair. Quando chegamos nem quisemos saber de comemorar o selo, tamanho o susto. Fomos direto ao hotel dormir.


Ushuaia: 14/01/2010 - De Comodoro Rivadávia a Esquel

De Comodoro Rivadávia até Esquel – 610 km, 7.960 desde Londrina. 

Devido aos 1.030 km do dia anterior, saímos de Comodoro 11 horas com o vento pegando tanto quanto a noite anterior, chacoalhando e tentando nos jogar para fora da pista. Já estamos de saco cheio de tanto vento. A paisagem continua de filmes de faroeste, mas a quantidade de empresas e bombas de extração de petróleo é impressionante. 







E também apareceu a vista mais longínqua que eu já presenciei. 


O pesadelo da falta de combustível continua, com alguns postos sem gasolina, uns só com super e outros só com Fangio. Mas conseguimos chegar sem precisar usar a gasolina dos galões de reserva. Aproximando de Esquel (estância turística de esqui) a paisagem começa a mudar novamente para a cordilheira, com morros ainda com os topos nevados. A cidade é bem bonita e tranqüila. 


Hospedamo-nos numa pousada (Hosteria Los Tulipares), abastecemos para não correr o risco de não ter gasolina no outro dia e jantamos a melhor parrilla da cidade, La Barra, segundo as informações locais. Amanhã vamos conhecer a famosa Bariloche.


Ushuaia: 15/01/2010 - De Esquel a Bariloche

De Esquel a Bariloche – 290 km, 8.250 desde Londrina. 

A estrada vai mudando de paisagem para alpes suíços. El Bolson, no meio do caminho é lindo. Lá reabastecemos e compramos 2 kg cerejas frescas. Fomos andando naquele paraíso e comendo cerejas... demais de bom. 



Ah, tem também os lindos lagos. Quando mais perto de bariloche, mais linda a paisagem. 






E quando chegamos a Bariloche.... decepção total! Cidade decadente, suja, muita coisa fechada, mal cuidada, periferia que parecida até favela, diferente de tudo visto até agora na Argentina. Um misto de Poços de Caldas e Praia Grande. Acho que Bariloche foi um hit nos anos 70/80, todo mundo descobriu, foi para lá e detonou. Mesmo assim tem muitos estrangeiros (alguns indo de bicicleta e até de carona) e um comércio agitado para compras de turistas. Almoçamos uma super parrilla, o Toni e Ju foram para o hotel descansar e eu e a Inha andamos pela cidade, museu, comércio, etc.




Ushuaia: 16/01/2010 - De Bariloche a Pucon (Chile)

De Bariloche até Pucon, Chile – 480 km, 8.730 desde Londrina. 

A estrada continua tão linda quanto antes de Bariloche, com locais muito arrumados junto aos lagos, com casas e pousadas fantásticas, parecendo mesmo estar na parte rica da Europa. Ou seja, o bonito mesmo de Bariloche está antes ou depois. 


A fronteira foi tranqüila e rápida, com revista mais detalhada para entrar no Chile desta vez. 


Os planos originais eram ir só até Osorno, mas com chuva e tempo encoberto após cruzarmos a cordilheira, decidimos tocar mais um pouco. Pista dupla, reta, plana e com pedágios, a estrada rende bem. A paisagem não é mais aquela coisa linda da Argentina, mas não chega a decepcionar. É impressionante como muda tudo ao cruzar a cordilheira. Pena que o tempo encoberto não deixa ver as montanhas em volta, nem sequer o vulcão. Numa parada para abastecimento, alguns chilenos nos sugeriram dormir em Pucon, entrando à direita em direção a um lago. Aceitamos a idéia e viemos parar numa cidade turística muito chique (como muita coisa no Chile), linda e agradável. Achamos um ótimo apart hotel e jantamos muito bem.



Ushuaia: 17/01/2010 - De Pucon a Santiago

De Pucon até Santiago, Chile – 800 km, 9.530 desde Londrina. 

Toni e a Ju resolveram ficar um pouco mais em Pucon. Saímos (eu e a Inha) quase 10 da manhã, com o tempo ainda fechado, mas sem chuva e, apesar de estar muito próximo, não conseguimos avistar o vulcão dali. Pista simples, mas boa, até perto de Temuco, quando voltamos à ruta 5. Pista dupla muito boa, plana, quase toda reta, 120 km/h de máxima, 6ª marcha, 4 a 4,5 mil RPM, 13,5 km/L de consumo. Não tenho do que reclamar, ou quase. A moto, que tinha se acertado melhor com a gasolina super da Argentina, voltou a tossir mais. No Chile tem gasolina com 97, 95 e 93 octanas. Estava usando a de 95 e então passei para a de 93. Vamos ver se melhora. Também achava que a gasolina seria mais cara do que a nossa aí. Que nada, é uns 20% mais barata. Mas voltemos à estrada, afinal foram 800 km em direção ao norte, com todas as devidas mudanças de paisagem e clima. O Chile é muito estreito com, no máximo, 200 km de largura. Em boa parte do território há uma área plana, entre a cordilheira dos Andes e outra cordilheira próxima ao mar, formando um vale



A agricultura aqui parece bem moderna, sem ‘roças’, só ‘lavouras’, as propriedades são, na maioria, pequenas e exploradas intensivamente. O uso de agrotóxicos deve ser bem alto, pelo tanto de propaganda nas estradas... No começo, com o tempo ainda fechado, observamos pecuária (bovinos e ovinos), frutas (cerejas, frutillas), madeira (eucalipto e pinus), etc. 


Conforme fomos ‘subindo’ (ao Norte), o tempo foi melhorando e esquentando. Esquentando muito... Talvez tenhamos finalmente visto (e fotografado) o vulcão, mas pela distância não dava para afirmar se era mesmo.


Confesso que temia chegar a Santiago e me decepcionar com o Chile. Cidade grande. Já viu, né? Que nada, adorei. Enrolamos-nos um pouco até chegar ao nosso destino, pois foi dia de eleição presidencial e chegamos bem no momento da comemoração. O GPS nos mandou passar pelo centro, além de indicar contra mão em várias ruas. Aqui esse mapa (www.proyectomapear.com.ar) ainda tem que melhorar... Ficamos num apart hotel muito bom (Acongágua), reservado pelo Patricio e Blancaluz, grandes amigos. O Patrício estava em frente nos esperando para levar-nos jantar na casa deles. Um apartamento muito bonito e bem localizado. Jantamos deliciosamente, com espumante, vinho, licor, café brasileiro e tudo o mais que não tínhamos direito...



Ushuaia: 18/01/2010 - Santiago/Valparaiso/Santiago

Santiago/Valparaiso/Santiago – 275 km, aprox. 9.800 desde Londrina. 

Gente: o meu computador pifou! Troquei o óleo do motor e o filtro numa revenda Suzuki, em Santiago. Agora chego em casa sem maiores manutenções (espero). Os pneus (Michelin Anakee2) parecem dar conta até lá também. Andamos um pouco mais em Santiago, fomos a um shopping (onde a Inha comprou uma chaleira de ferro fundido, imaginem o peso disso numa moto...) e a tarde até Valparaiso, conhecer o Oceano Pacífico. Valparaíso é uma cidade portuária e, como tal, com suas características. Mas, como está no Chile, até é bem razoável. Tem umas coisas engraçadas, como ônibus antigos parecidos com a Colômbia, e outras. Cachorros que não podem ver moto que saem correndo atrás. 









Na volta a 3a baixa: o pedal do câmbio soltou e ficou pendurado. Prendi com arame e deve ir até em casa assim. No mais, adorei Santiago e o Chile! Bonito, chique, moderno, mais barato do que o Brasil e muito mais barato do que eu esperava.



Ushuaia: 19/01/2010 - De Santiago a Mendoza (Argentina)

De santiago a Mendoza, Argentina - 375 km, aprox. 10.200 desde Londrina. 

Saímos umas 11 da manhã, esperando calor no começo, frio na cordilheira e calor de novo em Mendoza. Foi calor o tempo todo, e mais ainda em Mendoza. Na saída muita uva plantada na beira da estrada, vimos paraquedistas militares treinando saltos e caminhões com placa do Brasil (ficavam alegres e buzinavam de volta ao ver outros brasileiros). Começando a subir a cordilheira (põe subida nisso, a serra do rio do rastro - SC, para quem conhece, é pinto) a minha moto subiu um nível na temperatura do motor, me deixando preocupado, mas não passou disso. A vista é linda, conseguindo ainda surpreender, apesar de tudo o que já havíamos visto. 




Paramos em Portillo (famosa estação de esqui) para almoçar e ver o lago mais lindo que se pode imaginar. 



Atravessamos para o lado Argentino pelo túnel Cristo redentor (uns 3 km, a mais de 3.000 m de altitude - ai que medo...), paramos na estrada para avistar o Aconcágua - quase 7.000 m de altitude - e paramos 2  L O N G A S  H O R A S  na Aduana unificada Chile/Argentina. Já fizemos 15 vezes este procedimento. Haja saco! 



E aí começamos a descer... Nossa!!! Como pode existir um lugar assim??? Lindo, lindo, lindo demais. Você se sente impressionantemente pequeno ante a imensidão e magnitude daquilo. A certa altura me senti até oprimido, querendo sair logo daquele vale infinito. O interessante é que me pareceu descer muito mais do que subimos. Achei que estávamos uns 800 metros abaixo do nível do mar... 







Chegamos em Mendoza, depois de 10 horas de viagem, nos instalamos num apart hotel (aguas claras - bonzinho e barato), janta e cama.




Ushuaia: 19/01/2010 - Mendoza


Ainda sem o computador. A cidade tem 1,5 milhões de habitantes e parece que a economia depende bastante do vinho. Comos estávamos bastante cansados, e sem traseiro para andar de moto, ficamos só pelo centro. Almoço maravilhoso, jantar nem tanto. Demos uma boa ajeitada na bagagem e planejamos sair cedo.







Ushuaia: 20/01/2010 - De Mendoza a Cordoba


De Mendoza ate Cordoba – 700 km, 10.900 desde Londrina. 


Saímos 8 horas, abastecemos e aceleramos em direção a San Luis e Santa Fé. Estradas planas, retas e com muitos trechos duplicados. Oba!



Decidimos inicialmente pular Cordoba, mas o Toni está disposto a tentar chegar em Campinas até Domingo para rever os ´pais´ americanos do Alexandre (filho do Toni), que estão no Brasil e vão embora. Serao 3 mil km em 3 dias. Haja traseiro. Que Nossa Senhora do Fiofó Assado proteja-os. Como eu a Inha não temos essa intenção, e o vôo dela sai de Porto Alegre no domingo as 5 da tarde, iríamos ficar parados 1 dia em algum lugar à toa. Em San Luis, na parada para abastecer, conversamos e então resolvemos seguir trajetos diferentes. O Toni seguiu direto para Santa Fé e nós para Cordoba, no trajeto inicialmente previsto. 





A paisagem Argentina não cansa de surpreender. No nosso trajeto passamos por uma serra que, além de linda, proporcionou uma vista ainda mais distante do que aquela da estrada de El Calafate, roubando o título.





Pensamos em dormir em Villa Carlos Paz, perto de Cordoba, por indicação do dono do apart hotel em Mendoza. Quebramos a cara, pois não havia sequer um quarto de hotel, devido a um festival. Perdemos horas, andamos 50 km a toa e quase cozinhamos de calor. A cidade, a beira de um lago, deve ser um badalado point de inverno e, pelo jeito, de verão tambem. Não tem tantos encantos, mas é bem movimentada. Tocamos até Cordoba, hotel Viena, jantamos salada e cama.




Ushuaia: 21/01/2010 - De Cordoba a Paso de Los Libres


De Cordoba até Paso de Los Libres – 810 km, aprox. 11.720 desde Londrina. 


Saímos pouco depois das 8 e meia. Apesar das indicações em contrário, devido ao tamanho da cidade, a entrada e saída de Córdoba foram tranquilas. Santo GPS. Parece ser uma típica cidade bastante ligada a área de serviços, com universidades (inclusive militares - parece que é o centro da força aérea Argentina), comércio, etc. A igreja católica teve grande influência na sua criação. Na estrada a paisagem não muda muito: plana e retas. A exploração agropecuária da região consiste basicamente na produção de grãos (vimos soja, milho, sorgo e girassol) e gado bovino. Em alguns trechos havia tantas mariposas e besouros (devido ao desequilíbrio causado pelas práticas agrícolas), que a moto e os capacetes ficaram ´pintados´. Também atropelei um passarinho com a perna. Pegou primeiro na moto e depois na minha canela, ou seja, a pancada em mim foi leve. Já o passarinho... que dó. Alguns pedágios, que motos não pagam mas também não tem um lugar muito apropriado para passar. Num deles tive que atravessar a pista e ir pelo acostamento, no sentido contrário. Pode? 




Almoçamos em Santo Tome, no restaurante do Hotel Escala Uno, que o Toni e a Ju tinham ficado na noite anterior e recomendado. De fato, excelente opção para ficar. De Santa Fé para Paraná, se atravessa o rio por um túnel. 




Já estava prevenido quanto às polícias das Províncias de Entrerios e Corrientes, mas jé em Santa Fé veio a primeira mordida. Num semáforo acelerei no amarelo (ao invés de frear, o que é o certo, né?) e fui parado. Deram duas opções: A = 900 pesos recolhidos diretamente na aduana; B = ir a um tipo de junta de apelação expor meus motivos e pleitear a redução da multa, ou ainda uma 'opção alternativa' = 250 pesos de 'contribuicion', pagos diretamente à eles... Em Entrerios me pararam, pediram documentos incluindo o seguro 'carta verde', desejaram boa viagem e só. Em Corrientes também pediram para parar, um policial acompanhado de 3 tipos esquisitos, para dizer o mínimo, com uma campanha para arrecadação de fundos para os bombeiros voluntários, etc. e tal. 20 pesos por um folheto de primeiros socorros. Fiquei com medo de ser assalto, e fui cada vez com mais medo até chegar perto da fronteira. Ficou só no susto...



Seguindo a indicação do GPS fomos para no hotel Alejandro I, 4 estrelas. Ha ha ha. Uma bosta!! BOSTA!!! Desculpem o termo chulo, mas não me ocorre nenhum outro para definir melhor aquela espelunca. Ficamos lá porque, sei lá daonde, achei que Paso de Los Libres era um lugar de compras, etc. Quebramos a cara de novo. Nem lá, nem Uruguaiana tem locais para compras. Saímos jantar o nosso último bife de chourizo Argentino, acompanhado de uma cerveja Quilmes.





Ushuaia: 22/01/2010 - De Paso de Los Libres a Porto Alegre


De Paso de Los Libres, Argentina, até Porto Alegre – 640 km, 28 dias e aprox. 12.360 km desde Londrina. Saímos lá pelas 9 e pouco, com intenção de ir até a metade do caminho até Porto Alegre, visando dar um descanso para os traseiros. Passamos batidos por Uruguaiana, andamos uns 150 km e parei para abastecer e ir acostumando a moto com a nossa gasolina 'alcoolizada'. 





Aproveitamos para almoçar arroz, feijão, bife, ovo frito, batata frita e salada de alface e tomate. Com guaraná, é claro. Que saudades!!! A paisagem no começo era ainda muito parecida com a da Argentina, predominando pastagens. Com paisagem já mudando, relevo suavemente ondulado, vegetação mais verde e exuberante - já começando a parecer com o nosso norte do Paraná - mais uns cento e poucos km, em Rosário, nova parada para abastecimento e descanso dos traseiros. E aí a moto começou a tossir de novo como uma vaca velha... Mais uns 100 km e outro abastecida, para ver se o problema não era a gasolina colocada anteriormente, e nova piora. A esta altura já havíamos abandonado o bom senso e decidido tocar até Porto Alegre. 




Já perto da cidade tentei ultrapassar acelerando um pouco mais forte e a moto 'rateou'. Tirei a mão, desistindo da ultrapassagem, e depois tentei de novo. Chegando aos 6 mil rpm começava a 'rateação'. E, abaixo de 3 mil rpm, dá-lhe tossir. Ai que saco... Fomos até o hotel Ibis do aeroporto, banho, pegamos um taxi para lembrar como é bom banco de carro, jantamos num restaurante do Barra Shopping e cama. O Toni e Ju deram notícia que já estavam em Curitiba, jantando Marreco. Ô delícia!!




Ushuaia: 23/01/2010 - De Porto Alegre a Criciúma


De Porto Alegre até Criciúma – 300 km, 29 dias e aprox. 12.650 km desde Londrina. Como o vôo da Inha para Loindrina só saia às 5 da tarde, ficamos na cama até mais tarde, tomamos café e eu fui tirar o filtro de ar para limpar (olha a sujeira aí na foto...) e trocar as velas da moto, para ver se a tosse e 'rateação' saravam. 




Nossa, deu um trabalhão... Ô moto complicada de acesso para manutenção!!! A Inha virou até auxiliar de aprendiz de mecânico (eu, no caso). No fim deu tudo certo, sem sobrar sequer um parafuso. Pegou na primeira e pareceu ter ficado boa. Só pareceu. Dizer que não mudou nada é injustiça, mas a tosse e a 'rateação' continuaram. Almoçamos de leve no aeroporto, deixei a Inha aguardando o seu vôo, abasteci e fui para a estrada. Optei pela BR 101, seguindo a sugestão do Toni, 2 taxistas, um motociclista de Floripa que estava no hotel e a minha experiência com a vinda pela BR 116. Não sei qual foi está pior, mas as duas estão terríveis. Andei uns 180 km, abasteci e toquei até ver uma placa do hotel Ibis em Criciúma. Nem sabia que havia Ibis aqui. R$ 85,00. Oba! Como já eram quase 7 da noite, foi uma ótima opção. Pelo site da Infraero vejo que o avião da Inha já aterrissou em Londrina. Então, vou para a cama e amanhã vou ver a minha filha, que está na lha do Mel. O Toni e Ju já chegaram em Campinas, a tempo de dar um abraço nos 'pais' americanos do Alê (filho do Toni), que já estavam embarcando. E agora devem estar comendo pizza. Mais delícia ainda!! Como já disse à eles: parabéns ao casal pela epopéia heróica desta viagem.





Ushuaia: 24/01/2010 - De Criciúma a Ilha do Mel

De Criciúma até a Ilha do Mel – 500 km, 30 dias e aprox. 13.150 km desde Londrina. Saí de Criciúma 9 da manhã, depois de abastecer e colocar um 'clean gas' (aditivo para limpar bicos), na esperança de melhorar a 'tosse e rateação'. Parece que também não adiantou. No hotel em Porto Alegre, onde troquei as velas e limpei o filtro de ar, um taxista me perguntou se não poderia ser o filtro de combustível. Sem dúvida, uma grande possibilidade. Só que acho que essa moto não tem filtro de combustível. Pelo menos nada consta no manual e, visualmente, não consegui localizar nada parecido. A BR 101, em fase de duplicação, cansa muito. É um tal de pára e anda, e filas imensas... Mas, nos trechos já prontos dá para ver que vai ficar muito melhor quando estiver pronto. Só acho, pelo ritmo das obras, que o Lula e a Dilma não vão inaugurá-la. De Floripa para cima já está pronto e, mais relaxado, comecei a prestar atenção no nosso mar, imaginando a água em temperatura civilizada (para nós, e não para os pinguins da patagônia) e com o calor foi me dando uma vontade de entrar de roupa e tudo... Mais uma vez ficou só na vontade. Entrei em Joinville para passar por balsa até a Vila da Glória, economizando um bom trecho e, principalmente, curtir o visual lindo. O pedacinho sem asfalto até a balsa estava um horror, de tanto buraco. Tive a feliz idéia de perguntar a um motoqueiro se ele sabia como estava o trecho de terra seguinte, após a balsa, e bem maior. Está ruim assim? Não, ele respondeu. Muito pior!! Então, desisti e retornei a BR 101. Pelo menos uma hora e uns 40 km perdidos. Saindo da 101, em Garuva, quando entramos no Paraná, são uns 70 ou 80 km e, sem exagero, MAIS DE 70 QUEBRA MOLAS!!! Coisa de paranaense... não é a tôa que em alguns lugares quebra molas é chamado de 'paranaense deitado'. Bem, cheguei, atravessei com a barca, banho, vi a minha filha (Luiza), comemos um prato feito com peixe frito da Terezinha (quem já veio comigo aqui sabe da delícia que é, e quem não veio está convidado) e agora vou para a cama. Pretendia voltar amanhã para Londrina, mas estou muito cansado e dolorido. Acho que fico por aqui ainda amanhã, curtindo a ilha (quem ainda não conhece está perdendo) e a minha filha.



Ushuaia: 27/01/2010 - Da Ilha do Mel a Londrina. EM CASA!



Da Ilha do Mel até Londrina, 510 km, 32o dia e aproximadamente 13.700 km desde a saída em 27/12/09.





Sai da Ilha na barca das 8 e de Pontal do Sul às 9. Subi a serra até Curitiba, que fica a 930 m de altitude. Até aí tudo bem. Parei para abastecer em Campo Largo e subi outra serra, chegando a Ponta Grossa que está a 975 metros. Apesar de pouca diferença ainda é mais alto do que Curitiba. Ainda tive que subir a serra do cadeado para chegar a Londrina, com pouco menos de 600 metros de altitude!!!. Mais baixo do que Ponta Grossa. Vai entender...
Em Imbaú encontrei um colega de trabalho na universidade que, junto com outro amigo, voltavam de Curitiba em 2 Suzuki Bandit 1250. Resolvemos vir juntos e, ops, querendo acompanhá-los nas curvas e começando a chover, quase saio da pista. Freei o que pude e, quando não dava mais, soltei o manete do freio e acreditei nos pneus. Que susto!!
Agradeço ao Toni e a Ju por me aguentarem por todos esses dias, o que, reconheço, não é tarefa fácil. O Toni já me conhece há quase 40 anos, mas a coitada da Ju... Aliás, é uma delícia o humor da Juliana. Tudo para ela tem 'o brilho da vida' ou 'o fosco da morte'. Não há nada do tipo 'semi brilho do coma', ha ha ha. Foi muito divertido. Agradeço a Inha por me aguentar todos esses anos (deve estar querendo subir de plano espiritual, só pode ser isso) e, literalmente, aguentar ir comigo até o fim do mundo. E voltar. À minha mãe, que cuidou da minha cachorrinha por todos esses dias. Ao Eduardo Ralisch, 'diqueiro' oficial que sempre nos alertava para as características de cada trecho, e também definiu melhor do que ninguém o que é essa viagem: MOTOVELEJAR!!!
Agradeço muitíssimo à todos(as) vocês amigos(as) que sempre mandaram mensagens de apoio. Não vou citar nomes para não cometer injustiças.
Por fim, foi uma grande honra fazer essa viagem na companhia de vocês todos(as). Esperando que tenham gostado, agradeço a preferência e fico na expectativa de tê-los(as) à bordo numa próxima... Preferencialmente ao vivo.
Agora vou jantar uma deliciosa e genuína comida brasileira (pizza Hut), na companhia de grandes amigos e amigas.
Abreijos. Otavio